segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Dança do Ventre - Histórico

Tahia Carioca - Dança do Ventre

A forma de dança chamada em árabe de "Raqs Sharqui" (dança do oriente) existe provavelmente há milhares de anos.  Há muitas teorias sobre suas origens,uma das quais é,que tem suas raízes na Índia e que de lá foi difundida pelos ciganos que a divulgaram no Ocidente. 

Outros dizem que ela nasceu no Antigo Egito, e querem traçar no passado sua origem de acordo com antigas danças rituais  da Idade da Pedra, nas religiões que cultivavam a grande Deusa. 

Também acredita-se que a dança existiu como forma de arte nas cortes tanto sob o Império Romano quanto mais tarde no Império Otomano (Turquia).  Durante esta época, imagina-se que a dança possa ter se espalhado por todo o mundo árabe.

Infelizmente não há documentos suficientes que comprovem a dança até o século XX e a documentação existente é difícil de interpretar, pois dança é uma arte visual e o que se tem é a visão subjetiva do expectador que a assiste.  De qualquer forma, uma pequena estatueta do século II d.C. mostra uma dançarina em pose típica de dança oriental, tocando instrumentos antecessores dos "snujs" que a bailarina toca hoje em dia.

A dança é uma parte integrada na música árabe.  É difícil acreditar que uma dança que interpreta em tão alto grau cada nuance da música possa ter mudado tanto, quando você sabe que a música tem fortes raízes que voltam ao passado da cultura árabe.  Ambas, música e dança são parte do dia a dia no mundo árabe; pessoas se encontram, tocam e dançam como parte do cotidiano.  A dança e a música tradicional são também elementos importantíssimos em ocasiões especiais como casamentos, por exemplo.

A execução da dança e a música tem sido preservadas em alto grau por tribos ou "famílias" extensas que tradicionalmente trabalham com entretenimento como por exemplo a "Ouled Nail" na Argélia e a "Ghawazee" no Egito.  Elas tem preservado a dança e a música em sua forma original, apesar de termos que contar com uma certa quantidade de mudanças durante tantos séculos.  Considerações sobre suas apresentações podem ser encontradas em alguma literatura "Orientalista" do século XIX.

A DANÇA VEM PARA O OCIDENTE

Durante o século XIX, o Oriente estava na moda.  Com a tradução das histórias das Mil e Uma Noites, fantasias de todos os tipos povoavam as cabeças dos europeus.  Muitos viajavam para os exóticos países e ficavam fascinados pela diversidade cultural encontrada lá.

Autores e pintores descreveram seus encontros com bailarinas, que usavam seu corpo de forma a chocar os expectadores ocidentais, educados na era vitoriana.  A dança foi vista na Europa pela primeira vez na Mostra Mundial de Paris em 1889; foram trazidos diversos artistas de rua argelinos para se apresentar dentro da mostra.  No meio deles havia alguns dançarinos, não como os de hoje, que estavam apropriadamente vestidos com costumes típicos.  Este espetáculo interessou ao "American Sol Bloom", que levou-os em outro ano para a Exibição Mundial de Chicago, em 1893.   Uma dessas dançarinas que veio, ficou na América e mais tarde tornou-se conhecida: a dançarina "Little Egypt".

O termo em francês "danse du ventre", foi traduzido para dança do ventre, nome pelo qual hoje a dança é conhecida.  A dança logo se tornou "burlesca" e ganhou má reputação; até hoje as amantes dessa arte lutam para retirar esse rótulo e colocá-la numa posição privilegiada ao lado de outras formas de arte.

No Egito a reação foi trazer coreógrafos russos para tentar "limpar"a dança.  Houve muita influência dos filmes de Hollywood na nova forma de dança que emergiu no início do século XX, conhecida como "estilo cabaré" - termo que se refere aos restaurantes que apresentam espetáculos ao vivo.

(Fonte: Khan El Khalili.com.br)

DANÇA DO VENTRE

Dança do Ventre é a mais feminina e sensual de todas as danças. A mulher, através da música, une movimentos, expressão e sensualidade, transformando-os em sentimentos, que compartilha com seu público.


Etimologicamente, o termo é a tradução do inglês americano Bellydance, e do árabe Raqs Sharqi - literalmente Dança do Leste.

A Dança do Ventre é uma dança do Período Matriarcal, cujos movimentos revelam sensualidade, de modo que em sua forma primitiva era considerada um ritual sagrado. Sua origem data de 700 anos atrás, relacionada aos cultos primitivos da Deusa-Mãe: provavelmente por este motivo, os homens eram excluídos de seu cerimonial (Portinari, 1989).

Suas manifestações primitivas, cujos movimentos eram bem diferentes dos atualmente executados, tiveram passagem pelo Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia e Grécia, tendo como objetivo através ritos religiosos, o preparo de mulheres para se tornarem mães (Penna, 1997).

Sua origem é controversa. É comum atribuir sua origem a rituais oferecidos em templos dedicados à deusa Ísis, em agradecimento à fertilidade feminina e às cheias do rio Nilo, as quais representavam fartura de alimentos para a região; embora a Egiptologia afirme que não há registros desta modalidade de dança nos papiros - as danças egípcias possuíam natureza acrobática. É possível que alguns de seus movimentos, como as ondulações abdominais, já fossem conhecidos no Antigo Egito, com o objetivo de ensinar às mulheres os movimentos de contração do parto. Com o tempo, foi incorporada ao folclore árabe durante a invasão moura no país, na Idade Média. Não há, contudo, registros em abundância de sua evolução na Antiguidade.

Tecnicamente, seus movimentos são marcados pelas ondulações abdominais, de quadril e tronco isoladas ou combinadas, ondulações de braços e mãos, tremidos e batidas de quadril (shimmies), entre outros. Segundo a pesquisadora norte-americana Morroco, as ondulações abdominais consistem na imitação das contrações do parto: tribos do interior do Marrocos realizam ainda hoje, rituais de nascimento, em que as mulheres se reúnem em torno da parturiente com as mãos unidas, e cantando, realizam as ondulações abdominais a fim de estimular e apoiar a futura mãe a ter um parto saudável, sendo que a futura mãe fica de pé, e realiza também os movimentos das ondulações com a coluna. Estas mulheres são assim treinadas desde pequenas, através de danças muito semelhantes à Dança do Ventre.

Ao longo dos anos, sofreu modificações diversas, inclusive com a inclusão dos movimentos do ballet clássico russo em 1930.

Dentre os estilos mais estudados estão os estilos das escolas:

* Dança do Ventre - Egípcia: manifestações sutis de quadril, domínio de tremidos, deslocamentos simplificados adaptados do Ballet Clássico, movimentos de braços e mãos simplificados;

* Dança do Ventre - Norte-americana: manifestações mais intensas de quadril, deslocamentos amplamente elaborados, movimentos do Jazz, utilização de véus em profusão, movimentos de mãos e braços mais bem explorados;

* Dança do Ventre - Libanesa: com shimmies mais amplos e informais, seguidos de deslocamentos muito simplificados.

A Dança do Ventre no Brasil - sua prática revela uma tendência de copiar os detalhes de cada cultura, para fins de estudo e aumento de repertório. O estilo brasileiro tem se revelado ousado, comunicativo, bem-humorado, rico e claro no repertório de movimentos.

Tendo sido influenciada por diversos grupos étnicos do Oriente, absorveu os regionalismos locais, que lhe atribuíam interpretações com significados regionais. Surgiam desta forma, elementos etnográficos bastante característicos, como nomes diferenciados, geralmente associados à região geográfica em que se encontrava; trajes e acessórios adaptados; regras sobre celebrações e casamentos; elementos musicais criados especialmente para sua nova forma; movimentos básicos que modificaram a postura corporal e variações da dança. Nasce então, a Dança Folclórica Árabe.

A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu a alcunha Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fogem para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva à conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.

A Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresenta regulações quanto ao seu aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.

Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:

Outros Estilos

* Dança do Ventre - Espada: Sua origem é nebulosa e não necessariamente atribuída á cultura egípcia ou árabe, sendo explicada por várias lendas e suposições. O que é certo, porém, é que a bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibra-la em diversas partes do corpo; Pontos de equilíbrio mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa; Também é considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música;

* Dança do Ventre - Punhal: Variação da dança com a espada, também sem registro de uso nos países árabes. O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos;

* Dança do Ventre - Véus: Ao contrário do que se pensa, é uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada há pouco tempo, ao contrário das danças folclóricas. Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entende-la e apreciá-la.

* Dança do Ventre - Candelabro (shamadan): Elemento original egípcio, o candelabro era utilizado no cortejo de casamento, para iluminar a passagem dos noivos e dos convidados. Dança-se, atualmente, como uma representação deste rito social, utilizando o ritmo zaffa.

* Dança do Ventre - Taças: Variação ocidental da dança com candelabro.

* Dança do Ventre - Khaligi: Dança genérica dos países do golfo pérsico. É caracterizada pelo uso de uma bata longa e fluida e por intenso uso dos cabelos. Caracteriza-se por uma atmosfera de união familiar, ou simplesmente fraterna entre as mulheres presentes. Dança-se com ritmos do golfo, principalmente o soudi.

* Dança do Ventre - Jarro: Representa o trajeto das mulheres em busca da água. Marcada também pelo equilíbrio.

* Dança do Ventre - Säidi: Dança do sul do Egito, podendo ser dançada com o bastão (no ocidente, bengala).

* Dança do Ventre - Hagallah: Originária de Marsa Matruh, na fronteira com o deserto líbio.

* Dança do Ventre - Meleah laff: representação do cotidiano portuário egípcio de Alexandria. As mulheres trajam um pano (meleah) enrolado (laff) no corpo.

As danças folclóricas normalmente retratam os costumes ou rituais de certa região de e por isso são utilizadas roupas diferentes das de dança do ventre clássica. 
Esta pesquisa se encontra disponivel também na Wikipédia e foi produzida pela Bailarina e Pesquisadora Luciaurea Coelho



O que é Dança do Ventre

Por Rhamza Alli

A dança do ventre é uma expressão poética do corpo cheia de gestos e significados. É uma celebração a feminilidade, desenvolvida por mulheres e para mulheres.” (Rhamza Alli)

O que se conhece por dança do ventre hoje em dia, no mundo ocidental, é a dança árabe (Oriente Médio e Norte da África) miscigenada com e influenciada por várias outras culturas, compilada em seus movimentos mais populares, adicionada de um breve ocidentalismo (véus, meia-ponta), muito bem vestida com lantejoulas e franjas e transformada em espetáculo.

A história da dança do ventre é tão antiga quanto a história do homem, ou melhor, da mulher. É a primeira dança feminina de que se tem registro.

Enquanto as outras danças eram executadas pelos homens e claramente ligadas à sobrevivência (chuva, caça, etc), desenhos em cavernas de mulheres dançando, mostram-nas com ventre em evidência. Os movimentos de contração, ondulação e vibração foram desenvolvidos pelas mulheres e para as mulheres em função de aliviar dores menstruais e preparar os músculos para a sustentação da gestação e o trabalho de parto, também como um culto à Grande Deusa (natureza) em prol da fertilidade - do ventre e da terra.

Do norte da Índia, originam-se os ciganos que, como nômades, espalharam-se pelo mundo levando consigo sua cultura e modo de vida. Avançaram cada vez mais em direção ao ocidente, passando pela Pérsia, Mesopotâmia, Turquia, Norte da África, chegando ao sul da Europa. Usavam seus dotes artísticos como forma de sobrevivência, cantando e dançando em feiras; sua cultura e estilo iam se misturando e aos costumes locais e novas manifestações, resultado dessas miscigenações, foram surgindo.

A dança que chegou ao conhecimento ocidental foi através do contato com povos como os Gawazee - ciganos provenientes do norte da Índia - que se instalaram no Cairo e os Ouled Nail que habitam a Argélia.

Os Gawazee mantiveram-se a parte da sociedade e preservaram suas tradições e história de forma oral através de uma língua própria e única. Sua dança, viva até hoje, é caracterizada por contínua vibração dos quadris.

Os Ouled Nail se mantiveram confinados em suas tribos. As mulheres saiam delas apenas para dançarem nos centros urbanos. Em sua vestimenta carregavam o dinheiro obtido com a dança: enormes coroas e cintos com moedas, jóias, pedrarias, correntes e pingentes. Muitos símbolos identificados como vindos de Fenícia, Cartago e Babilônia. Sua dança inclui rolamentos dos músculos abdominais que começam lentos e pouco a pouco vão se acelerando e acrescentando movimentos de pés, quadris, braços e ombros.

Quando os ocidentais chegaram ao Cairo (final do séc. IXX) em busca de safáris e tesouros ficaram extasiados com o exotismo da dança e suas dançarinas. Elas, por sua vez, trataram de adaptar a dança e as vestimentas ao gosto ocidental e trocaram a rua pelos clubes noturnos e cassinos. 

Algumas dançarinas foram levadas à Europa e Estados Unidos aonde puderam refinar sua dança e sua vestimenta. Em contato com o balé clássico e contemporâneo, incorporaram braços delicados, pés na meia-ponta ou em saltos, véus esvoaçantes e roupas de duas peças cheia de brilhos e franjas.

Transformada assim em espetáculo, a dança do ventre pode ganhar os grandes teatros, casas de show e telas do cinema.

Apesar das antipatias ao termo "dança do ventre" - que muitos julgam pejorativo, eu, particularmente, não o considero impróprio, pois ao meu ver, a dança é sim do ventre em todos os sentidos: fisicamente, já que se baseia na movimentação rotatória, ondulatória, vibratória e de impacto do tronco e dos quadris o que movimenta intensamente todo o abdômen, além dos próprios movimentos de abdômen; e histórica e simbolicamente já que a dança é a representação da fertilidade e do nascimento.

Mas, afinal de contas, o que é a dança do ventre? O único e verdadeiro significado desta dança, é o poder de criação incutido nela, a fertilidade, a gestação, a maternidade. Ela é dançada pelas mulheres árabes durante o trabalho de parto - tanto pela parturiente que repete os movimentos de contração e vibração de abdômen, como pelas outras mulheres que, junto com a parteira, assistem o parto formando um círculo em volta da futura mamãe, dançando e cantando uma ladainha para purificar o ambiente e estreitar o contato com o divino. Este ritual é executado tanto nos países do Oriente Médio como nos africanos até os dias de hoje.

Uma dança mais festiva e alegre é dançada quando uma menina menstrua, quando se sabe da gravidez de uma mulher, no batizado das crianças, enfim, tudo que for ligado à criação de uma nova vida.

Ocasiões festivas como casamentos, colheitas, aniversários, festas religiosas, bênçãos, curas, afazeres do dia-a-dia, enfim, tudo que faz parte da vida é comemorado com música e dança por esse povo, cada região, cada tribo, com suas tradições e particularidades, mas sempre honorando à vida.

Como é a Dança do Ventre?

A Dança do Ventre consiste em alguns movimentos de vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem todo o corpo.

O shimmy (vibração) de quadris é o movimento mais conhecido, mas, na realidade, o fundamento da dança do ventre é o controle abdominal e o isolamento das partes do corpo. Uma vez que se atinge estes dois princípios básicos, os movimentos acima citados estendem-se às outras partes do corpo: quadris, torso, ombros, braços, cabeça e pescoço isolados ou em diversas combinações.

Uma dança do ventre tradicional inclui movimentos lateralizados e retos de pescoço, quadris e torso, ondulações de braços e mãos, tremidas suaves e rápidas de ombros, seios e quadris, movimentos circulares do torso com caídas e acentuações emendadas com ondulações de peito e abdômen. 

Movimentos vibratórios de extensão e contração dos músculos abdominais isolados ou combinados com os pélvicos. As figuras "círculo" (início da vida) e "oito" (infinidade da vida) são amplamente usadas em diversas dimensões, também isoladas ou em combinações.

Não raro a bailarina sustenta o shimmy de quadris e trabalha as outras partes do corpo em uma dinâmica diferente, ou apresenta uma vibração generalizada e bem controlada de todo o corpo enquanto cabeça, mãos e quadris acompanham a dramaticidade e acentuações da música.

Além de todos os movimentos básicos, a dança deve aflorar e ser acrescida de giros, cambrées, espirais, trabalho de chão. Apesar do nome dança do ventre, podemos chamá-la de Dança do Corpo, pois movimenta todo o corpo por dentro e por fora. As pernas e pés, são usados, entretanto apenas para a sustentação e o deslocamento da bailarina, sem ênfase em seus movimentos como se a bailarina fosse uma serpente.

Beneficios
Físicos:
- Preparação para ao parto;
- Recuperação do tônus muscular pós -parto;
- Combate a problemas relacionados ao abdômen como: TPM, cólicas, constipação intestinal e dores renais;
- Alongamento geral do corpo sem riscos de lesões, distensões ou contraturas (obviamente, através de exercícios bem administrados);
- Tonificação da musculatura de forma gradual e "de dentro para fora";
- Fortalecimento dos órgãos localizados no abdômen, tornando -os mais eficientes e ativos;
- Postura correta e confortável;
- Equilíbrio e energização;
- Respiração correta;
- Auxílio em dietas de perda e ganho de peso;


Psicológicos/emocionais/sociais:

- Resgatar da auto -estima;
- Aprender a se sensualizar sem se vulgarizar;
- Perceber os valores ligados ao ser humano e a natureza e não à aparência;
- Despertar interesse por música, ritmos e cultura orientais;
- Proporcionar o relaxamento mental/ diversão;
- Promover a boa convivência com amigos, colegas e familiares;
- Incentivar a boa convivência com a natureza;
- Conscientizar sobre a responsabilidade social de cada mulher (como educadoras da nova geração).


(Fonte: http://www.conexaodanca.art.br)


Qual é a origem da dança do ventre?

Há várias hipóteses, mas é provável que tenha derivado de um certo tipo de dança pélvica, que ainda pode ser encontrada em algumas regiões do Oriente Médio e do norte da África. "A dança pélvica é tradicionalmente praticada pelas mulheres desde a antigüidade", afirma a escritora e dançarina Wendy Buonaventura, autora de Serpent of the Nile: Women Dance in the Arab World (Serpente do Nilo: As Mulheres e a Dança no Mundo Árabe, inédito no Brasil). "É quase certo que essa dança tinha conexões com ritos de fertilidade e também com alguns movimentos feitos durante o parto, para ajudar no nascimento da criança." De qualquer forma, foi no Egito que essa forma mais primitiva da dança do ventre ganhou sofisticação, para depois se tornar parte da cultura árabe, na qual é conhecida como Raqs Al Baladi ("Dança do Povo"). É o jeito comum de as pessoas dançarem e acontece em praticamente todos os encontros sociais importantes.
Nos casamentos, a presença de uma dançarina é mais do que desejável. "Ela dança para entreter os convidados, mas também tem que posar para fotos ao lado da noiva e do noivo. Depois, o casal coloca cada qual uma das mãos sobre o ventre da dançarina, como forma de garantir uma união frutificante", diz Buonaventura . A dança do ventre é feminina por excelência. "Os homens têm uma dança própria, sacudindo os ombros e os quadris, mas sem rebolados complexos como a das mulheres." Outro privilégio delas é o zagreet - aquele som ululante , emitido com voz aguda e entrecortada. "É uma forma de estímulo entre as dançarinas, uma demonstração de que está gostando do que a outra está fazendo", diz a especialista.
História
Muito polêmica é a origem da Dança do Ventre. Ao pesquisar sua origem sempre se chega à seguinte conclusão: “Não há registros concretos que provem com exatidão e clareza, a origem da Dança do Ventre”. Em decorrência disso, dissertaremos baseadas em hipóteses e, ao mesmo tempo, em certezas.

No princípio, “os nomes reais” da Dança do Ventre eram:
- Dança Oriental, conhecida pelos orientais e nos países árabes. Todavia, o nome não é mais utilizado porque o termo ORIENTAL também designa países como Japão, China, que não fazem parte do contexto aqui mencionado.
- Racks el Chark, que significa Dança do Leste, local onde o sol nasce. É o oposto de tudo, desconhecido, pouco claro, em decorrência da noite, da escuridão. O Sol também é o alimento e a fonte de energia para tudo e todos.

O nome “Dança do Ventre” foi dado pelos Franceses para aquela dança na qual “a bailarina mexia o estômago e o quadril de forma voluptuosa, ao som de ritmos orientais”.

A Dança é uma das mais belas e antigas artes, pois através dela, o homem passa a perceber o seu corpo de maneira instintiva.

Há mais ou menos 12.000 anos, antes, inclusive, do antigo Egito, numa época remota, já existiam danças ritualistas feitas para algumas finalidades.

Havia, por exemplo, a dança da fecundidade, em que as mulheres ao redor das fogueiras –símbolo de luz e alimento para os primitivos -, balançavam o quadril, pulsavam o ventre e contorciam-se como serpentes, em louvor à Deusa-mãe.

Existiam, também, danças com sacrifícios para oferendas, rituais culturais, funerais etc; feitos por tribos bárbaras e nômades, dos desertos.

No Antigo Egito a Dança Ritualística tinha um caráter Sagrado, intimamente ligado à história e aos costumes. Viver no Vale do Rio Nilo equivalia estar destinado a uma rotina e geografia extremamente simples. Para os egípcios, tudo estava baseado e apoiado na hierarquia de seus Deuses e suas crenças.

Assim sendo, Sacerdotisas Egípcias costumavam usar movimentos ondulatórios e batidas do ventre e do quadril para reverenciar Deuses como Ísis, Osíris, Hathor. Além disso, acredita-se que estes movimentos estavam associados à fertilidade, sendo praticados em rituais e cultos em Templos, homenageando a grande mãe pelo seu poder de dar e manter a vida.

Com a invasão dos árabes no Egito, e uma série de migrações em um período conturbado de guerras, a Dança do Ventre passou a ser conhecida por outros povos, que a adquiriram para a sua cultura e modificaram-na de acordo com suas crenças e desejos.

A primeira modificação foi a perda do caráter religioso. Por isso é tão difícil e complexo falar sobre esta dança que, devido ao seu histórico, em cada país possui um sentido e uma tendência.

A Dança do Ventre tem seguido um processo evolutivo e tem sido praticada em inúmeros tipos de cenários como, palácios, mercados, praças e até em bordéis. A sua história acompanha a da humanidade, e deste fato não se pode fugir. Ela promove uma ligação direta entre o folclórico, o improviso e a imaginação individual de cada bailarina; um equilíbrio entre a regra e a liberdade de expressar seus sentimentos e movimentos.

Apesar de toda imensidão que abrange, a Dança do Ventre é conhecida e considerada representante do mundo árabe e está intimamente ligada a sua música e seus ritmos de percussão. Ao contrário do que muitos imaginam, em cada ritmo árabe existe um componente primordial, que é a improvisação.
Por fim, vale ressaltar os nomes das grandes bailarinas árabes em que, de inúmeras formas contribuíram para a história da Racks el Chark: Tahia Carioca, Nadia Gamall, Sâmia Gamall, Nagwa Fuad, entre outras.

No Brasil, dentre inúmeros, contamos com dois nomes que, sem dúvida, também contribuíram para a história da Dança do Ventre: Shahrazade, a introdutora do Racks el Chark no País, e Samira, uma das grandes inovadoras e pioneiras da Dança.

Durante a dança um tipo de exaltação (lí,li,li,li...) é muito comum entre os povos das aldeias e daqueles que vivem nos desertos, também chamados beduínos. É uma espécie de aclamação à bailarina pela beleza de sua dança.

A verdadeira dança do ventre não deve ser confundida com a imagem publicitária que faz da bailarina um objeto sexual. A sensualidade existe, sem dúvida, mas envolta num clima de magia e misticismo sublimes.

É uma dança milenar, portanto, tem um peso cultural que merece ser respeitado.

(Fonte: http://www.dancanomundo.com.br)

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