sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Eis o temido vestibular...

Às vésperas do vestibular mais concorrido de Porto Alegre, torço para os meus amigos que passaram o ano na luta, estudando e se dedicando. É chegada a hora, meus queridos: Camilinha, Evandro, Vivi, entre outros. Vão com fé, colher os frutos de seu desempenho.

" Quem acredita sempre alcança"

"As páginas da vida são cheias de surpresas...
Há capítulos de alegrias e também de tristezas.
Há mistérios e fantasias, sofrimentos e renúncias.
Por isso, não rasgue páginas nem solte capítulos.
Não se apresse a descobrir os mistérios...
E não perca as esperanças, pois muitos são os finais felizes!
E o dia de hoje, com certeza, será um deles!
Para coroar o empenho, a determinação de vocês!"
(Profª Beatriz M. Backes)

Para relaxar um pouquinho, segue um trecho de O flagelo do vestibular, de
Luis Fernando Veríssimo:


(...) Nunca tive que passar pelo martírio de um vestibular. É uma experiência que jamais vou ter, como a dor do parto. Mas isso não impede que todos os anos, por essa época, eu sofra com o padecimento de amigos que se submetem à terrível prova, ou até de estranhos que vejo pelos jornais chegando um minuto atrasados, tendo insolações e tonturas, roendo metade do lápis durante o exame e no fim olhando para o infinito com aquele ar de sobrevivente da Marcha da Morte de Batan. Enfim, os flagelados do unificado. Só lhes posso oferecer a minha simpatia. Como ofereci a uma conhecida nossa que este ano esteve no inferno.
- Calma, calma. Você pode parar de roer as unhas. O pior já passou.
- Não consigo. Vou levar duas semanas para me acalmar.
- Bom, então roa as suas próprias unhas. Essas são as minhas.
- Ah, desculpe. Foi terrível. A incerteza, as noites sem sono. Eu estava de um jeito que até calmante me excitava, e quando conseguia dormir sonhava com escolhas múltiplas: A) fracasso, B) vexame, C) desilusão. E acordava gritando: Nenhuma destas, nenhuma destas. Foi horrível.
- Só não compreendo porque você inventou de fazer vestibular a esta altura da vida...
- Mas quem é que fez vestibular? Foi meu filho! E o cretino está na praia, enquanto eu fico aqui, à beira do colapso.
Mãe de vestibulando. Os casos mais dolorosos. O inconsciente do filho às vezes nem tá: diz pra coroa que cravou coluna do meio em tudo e está matematicamente garantido. E ela ali, desdobrando fila por fila o gabarito. Não haveria um jeito mais humano de fazer a seleção para as universidades? Por exemplo, largar todos os candidatos no ponto mais remoto da floresta amazônica e os que voltassem à civilização estariam automaticamente classificados? Afinal, o Brasil precisa de desbravadores. E as mães dos reprovados, quando indagadas sobre a sorte do filho, poderiam enxugar uma lágrima e dizer com altivez:
- Ele foi um dos que não voltaram...
Em vez de:
- É um burro!

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