Foi desesperador e chocante a notícia de que dezenas de pessoas perderam a vida sem motivo algum e nada que justificasse, num ato de total terrorismo e frieza, por um homem alienado e sem nenhum escrúpulo. No mês de julho de 2011, a Noruega teve atenção de diversos lugares do mundo. Um país até então tranqüilo e sem guerras estremeceu com a intolerância e o preconceito do estremista norueguês Anders Behring Breivik, autor dos assassinatos em questão. Breivik, ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a cometer tal ato, afirmou fazer um favor a seu país, livrando-o da mistura de raças, o que ele considera prejudicial para qualquer nação.
Esse alucinado rapaz, além de tudo, deixou um manifesto ridículo e sem fundamento, exposto na Internet para seus seguidores. Nesse documento, o que chama a atenção é o fato de que ele citou várias vezes o Brasil de forma pejorativa, ou seja, como péssimo exemplo de um país sem harmonia e coesão. Pobre ser humano, se é que ainda pode ser assim chamado, não sabe ele da riqueza cultural e histórica que possui o Brasil com toda essa miscigenação. Esse país heterogêneo subdivide-se em vários “semipaíses” pela grande diversidade que possui, soube enriquecer culturalmente desde a época da colonização com os indígenas, africanos, portugueses e espanhóis e, desde então, jamais rejeitou qualquer indivíduo pela sua etnia. Esse terrorista desinformado sequer teve a pretensão de pesquisar e entender melhor que o que mais atrasa o desenvolvimento do Brasil é o poder dado para quem não sabe administrar bem um país, sem os investimentos necessários na educação, na saúde e pela falta de ética.
Atos de terrorismo e preconceito racial são revoltantes, não há como aceitar que com toda a evolução do mundo ainda existam pessoas que sigam pensamentos de ditadores aterrorizantes do passado. Isso amedronta e atrasa o desenvolvimento da sociedade. Somos seres racionais e temos que agir como tal, ter respeito com o próximo e tolerância com as diferenças. O que ele fez é intolerante, inominável, criminoso. No Brasil, a Constituição define a prática de racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
Por conseguinte, talvez esse infeliz terrorista nem faça ideia do que significa tolerância e muito menos amor ao próximo. Seu explícito preconceito deve afastar qualquer pessoa consciente de seu caminho, privando-o de toda a forma de carinho. Espera-se que a justiça seja feita e que ele pague pelo que fez.
Cíntia Duarte (Graduanda em ADM. Pública e Social - UFRGS)
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